Quem nunca ganhou flores de presente? Uma única flor ou um grande buquê podem expressar amor, lembrança,
desculpas, apoio ou simplesmente um gesto delicado. Mas alguém
já parou para pensar onde foi que tudo isso começou? Ao longo da história da
humanidade, as flores têm exercido um papel significativo como forma de se
presentear. As tradições e os significados mudam de cultura para cultura,
mas fato é que as flores são uma forma única que os seres humanos encontraram
de comunicarem uns com os outros, e as flores são ainda o mais popular entre todos os
presentes do mundo. Vamos embarcar nesta história?
Acredita-se que as origens dessa
relação do homem com as flores remontem aos tempos pré-históricos. Arqueólogos
encontraram indícios dela em escavações e ao longo das histórias vindas de
textos, mitos e contos existem também provas concretas desta relação. As flores
estiveram muito presentes como parte de costumes sociais na China, na Grécia,
em Roma, no Egito. Esses povos expressavam suas emoções
através do ato de se presentear flores. A mitologia grega está cheia de identificações
de flores que se acreditavam fossem representações de deuses ou deusas.
Na cosmologia egípcia, por
exemplo, Lótus era a flor da criação primordial, o berço do sol nascente em sua
primeira manhã. Reza a lenda que a flor pediu ao deus-sol Rá que criasse o
Universo. A flor então, agradecida pelo desejo realizado, passou a abrigar o
deus-sol em suas pétalas durante a noite de onde ele sairia ao amanhecer para
iluminar a sua criação. Na mitologia greco-romana existe a divindade Flora, uma ninfa casada com Zéfiro, guardiã das flores.
Na antiguidade, portanto,
as flores além de serem uma forma delicada de se agradar alguém, eram também uma maneira de estar em contato e venerar divindades. O costume de
se presentear com flores seguiu Idade Média afora e foram os
Ingleses e os Franceses aqueles que mantiveram essa tradição mais forte. É que
os Ingleses e os Franceses visitaram a Turquia, e de lá trouxeram para a Europa
a tradição de se dar significado a cada uma das flores a serem presenteadas. Na
Inglaterra Vitoriana não era considerado boas maneiras expressar publicamente
seus sentimentos, sendo assim, as pessoas precisavam encontrar códigos para
demonstrar o que sentiam. Presentear com flores era um deles.
Os Vitorianos criaram muitas
regras sobre como se presentear buquês de flores e pode-se dizer que se
tornaram verdadeiros especialistas na arte. Por exemplo, se você comprar um
elegante buquê de rosas vermelhas e o presentear para a sua amada (ou amado)
virado de cabeça pra baixo, certamente ele ou ela ficarão muito bravos com
você. É que rosas vermelhas representam o amor por excelência, mas quando
presenteadas viradas de cabeça pra baixo segundo as regras vitorianas,
significa que sua cara-metade está com raiva de você. Os Vitorianos escreveram muitos
livros sobre a linguagem das flores.
Esses costumes Vitorianos continuam vivos até hoje. As pessoas ainda presenteiam flores para expressar sentimentos. As rosas vermelhas continuam
significando o amor, enquanto os Lírios significam graça e pureza. Os cravos
amarelos, também conhecidos como Cravos de Defunto são considerados expressão
de tristeza, enquanto a amizade pode, segundo esses manuais, ser expressa por
um belo buquê de rosas amarelas.
Seja como for, presentear e ser
presenteado com flores é sempre uma alegria. Antigamente, nos tempos
Vitorianos, poderia ser bastante impróprio uma mulher presentear um homem com
flores. No entanto hoje essa relação não existe mais e cada vez mais mulheres
buscam surpreender seus amados com esse presente tão peculiar.
E você? Já deu flores para alguém? Tem alguma história bacana para contar de algum buquê especial
presenteado? Conte pra gente!
Um abraço e até a próxima!
Texto Nicole Delucca Linhares
Texto Nicole Delucca Linhares